sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Bizarrices melancólicas
O não conseguir escrever sobre sentimentos bonitos e felizes me perturba um pouco, será que virei refém de um drama melancólico? Não é como se eu não ficasse feliz, como se não sentisse as coisas, talvez tenha aprendido a guardar tudo pra mim, que não sei de que forma demonstrar isso aos demais, aos quais adoraria compartilhar certas coisas bonitas. Vai ver não sou daquelas que saibam escrever, talvez precise da ajuda de músicas e poemas de outros, e mesmo assim é tão difícil mostrar, até parece que são obras minhas. Ao tentar escrever algo de minha autoria, tento fechar os olhos e abrir a mente e o coração para ver o que sai, mas no fim as coisas bonitas tornam-se: paranoias, medos, frustrações que ofuscam qualquer beleza de um sentimento puro. Tento pensar nisso tudo como uma qualidade, ser restrito às vezes é bom, é adequado, mas quem quer ser adequado quando algo bom lhe acontece, o legal é extravasar, por tudo pra fora, no meu caso, faria um drama melancólico, com criaturas de outro plano, é minha bizarrice as vezes pode assustar.
Monstro da madrugada
Escrever coisas dengosas não é meu forte
Escrever sobre amor também não
Sem querer tento fugir de um clichê
Prendo-me em melancólicas e tristezas do meu ser
É como se um monstro enorme gritasse mais alto
Que as baboseiras dengosas de amor.
Ao chegar à madrugada ele desperta
E tenta berrar o máximo que consegue
Fazendo do meu corpo refém de
Sensações estranhas.
Palavras surgem de onde menos suspeito
Formam-se estrofes sem meu próprio consentimento
Sem entender ao certo o tal sentimento expresso
apenas reviso, curiosa
Procurando entender a fonte oculta do meu ser
O demônio colorido
Se expressar tornou-se algo proibido
Minha mente assimilou isso
E de pressa virou uma regra
Soa tão bizarro sair dos meus lábios
Palavras meigas e carinhosas
Confuso entender que possa
Haver um jeito de libertar
este lado sensível não compreendido
Não era algo comum
Será que algum demônio
colorido invadiu meu corpo?
E está fazendo estripulias aqui dentro?
A sensibilidade anda chegando
sem a tpm
A forma de expressar
qualquer especie de sentimento
também.
Sera o fim dos tempos?
ou será uma nova era?
A confusão permanece
convicta, sem prazo de validade
mas junto a ela veio a felicidade
para apimentar mais ainda este tornado
de incertezas bizarras
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